terça-feira, 21 de julho de 2009

A arte de tentar

Esse texto que segue, vem a ser um complemento do meu último texto.
A frase de Pablo Picasso: "Deus é, sobretudo, um artista. Ele inventou a girafa, o elefante e a formiga. Na verdade, Ele nunca procurou seguir um estilo - simplesmente foi fazendo tudo que tinha vontade de fazer".
É nossa vontade vontade de andar que cria nosso caminho - entretanto, quando começamos a jornada em direcção ao sonho, sentimos muito medo, como se fossemos obrigados a fazer tudo certinho. Afinal, se vivemos vidas diferentes, quem foi que inventou o padrão de "tudo certinho"? Se Deus fez a girafa, o elefante e a formiga, e nós procuramos viver à sua imagem e semelhança, por que temos que seguir um modelo? O modelo, Às vezes, nos serve para evitar repetir erros estúpidos que outros já cometeram, mas normalmente é uma prisão nos obriga a fazer tudo o que os outros fazem.
Ser coerente é precisar usar sempre a gravata combinando com a meia. É ser obrigado a manter, amanhã, as mesmas opiniões que você tinha hoje. E o movimento do mundo, onde fica?
Desde que não prejudique ninguém, mude de opinião de vez enquando, e caia em contradição sem se envergonhar disso. Você tem este direito; não importa o que os outros vão pensar - porque eles vão pensar de qualquer maneira.
Quando decidimos agir, alguns excessos acontecem. Diz um velho ditado culinário: "para fazer uma omelete é preciso, primeiro, quebrar o ovo". Também é natural que surjam conflitos inesperados. É natural que surjam feridas no decorrer destes conflitos. As feridas passam: permanecem apenas as cicatrizes.
Isto é uma bênção. Estas cicatrizes ficam conosco o resto da vida, e vão nos ajudar muito. Se em algum momento - por comodismo ou qualquer outra razão - a vontade de voltar ao passado for grande, basta olhar para elas.
As cicatrizes vão nos mostrar a marca das algemas, vão nos lembrar os horrores da prisão - e continuaremos caminhando para a frete.
Por isso, relaxe. Deixe o Universo se movimentar à sua volta, e descubra a alegria de ser uma surpresa para você mesmo. "Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios", diz São Paulo.
Devemos notar que certos momentos se repetem; com frequência nos vemos diante os mesmo problemas, e enfrentamos situações que já havíamos enfrentado anteriormente.
Então ficamos deprimidos. Começamos a achar que somos incapazes de progredir na vida, já que as mesmas coisas que viveu no passado estão acontecendo de novo.
"Já passei por isso", reclamo com meu coração.
"Realmente já passou", reponde o coração. "Mas nunca ultrapassou".
Devemos então passar a ter consciência que as experiências repetidas têm uma finalidade; ensinar o que ainda não foi aprendido. Damos sempre uma solução diferente para cada luta repetida - e não consideramos suas falhas como erros, mas como passos em direção ao encontro conosco.

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